"No Brasil, a elite encaminhou as coisas para ser elite,
desprezando o povo e assim pensa que se moderniza:
desprezando ou não sabendo que a chamada
modernização passa pela destruição dela própria.
A única maneira de essa elite encontrar
uma racionalidade
é deixar de ser elite e tornar-se cidadã".
Raymundo Faoro

Seja Bem-Vindo

domingo, 24 de maio de 2009

Mecanismos Neurobiológicos dos Placebos

Neurobiological mechanisms of placebo responses.
Zubieta JK, Stohler CS.
Ann N Y Acad Sci. 2009 Mar;1156:198-210.
Department of Psychiatry and Molecular and Behavioral Neuroscience Institute, University of Maryland, Baltimore, USA. zubieta@umich.edu

Expectations, positive or negative, are modulating factors influencing behavior. They are also thought to underlie placebo effects, potentially impacting perceptions and biological processes.

We used sustained pain as a model to determine the neural mechanisms underlying placebo-induced analgesia and affective changes in healthy humans. Subjects were informed that they could receive either an active agent or an inactive compound, similar to routine clinical trials. Using PET and the mu-opioid selective radiotracer [(11)C]carfentanil we demonstrate placebo-induced activation of opioid neurotransmission in a number of brain regions. These include the rostral anterior cingulate, orbitofrontal and dorsolateral prefrontal cortex, anterior and posterior insula, nucleus accumbens, amygdala, thalamus, hypothalamus, and periaqueductal grey. Some of these regions overlap with those involved in pain and affective regulation but also motivated behavior. The activation of endogenous opioid neurotransmission was further associated with reductions in pain report and negative affective state. Additional studies with the radiotracer [(11)C]raclopride, studies labeling dopamine D2/3 receptors, also demonstrate the activation of nucleus accumbens dopamine during placebo administration under expectation of analgesia. Both dopamine and opioid neurotransmission were related to expectations of analgesia and deviations from those initial expectations. When the activity of the nucleus accumbens was probed with fMRI using a monetary reward expectation paradigm, its activation was correlated with both dopamine, opioid responses to placebo in this region and the formation of placebo analgesia. These data confirm that specific neural circuits and neurotransmitter systems respond to the expectation of benefit during placebo administration, inducing measurable physiological changes.

The placebo treatments in neurosciences: New insights from clinical and neuroimaging studies.
Diederich NJ, Goetz CG.
Neurology. 2008 Aug 26;71(9):677-84.
Department of Neurosciences, Centre Hospitalier de Luxembourg, 4, rue Barblé, L-1210 Luxembourg City, Luxembourg. diederdn@pt.lu

Placebo (PL) treatment is a method utilized as a control condition in clinical trials. A positive placebo response is seen in up to 50% of patients with Parkinson disease (PD), pain syndromes, and depression. The response is more pronounced with invasive procedures or advanced disease. Physiologic and biochemical changes have been studied in an effort to understand the mechanisms underlying placebo-related clinical improvement. In PD, objective clinical improvements in parkinsonism correlate with dopaminergic activation of the striatum, documented by PET and with changes in cell firings of the subthalamic nucleus documented by single cell recordings. Dopaminergic pathways mediating reward may underlie PL-mediated improvement in PD. In pain syndromes, endogenous opioid release triggered by cortical activation, especially the rostral anterior cingulated cortex, is associated with PL-related analgesia and can be reversed by opioid antagonists. Covert treatment of an analgesic is less effective than overt treatment, suggesting an expectation component to clinical response. In depression, PL partially imitates selective serotonin reuptake inhibitor-mediated brain activation. Diseases lacking major "top-down" or cortically based regulation may be less prone to PL-related improvement.

sábado, 23 de maio de 2009

Eu, primata - Frans de Waal



Uma dica excelente para leitura.

Cada época oferece à humanidade sua própria distinção. Nós nos consideramos especiais e estamos sempre em busca da confirmação dessa singularidade. Talvez a primeira delas tenha sido a definição do homem, por Platão, como a única criatura sem pêlos que anda com duas pernas. Isso pareceu absolutamente correto até que Diógenes soltou uma galinha depenada no salão de conferência e ironizou: "Eis o homem de Platão". Dali por diante, a definição de Platão incluiu "e que tem unhas largas".

Homem, o fabricante de ferramentas - Chimpanzé fazem esponjas com folhas mascadas ou varas com galhos de árvores. Corvos curvam arames para fazer um gancho para pescar comida em uma garrafa.

O Homem possui comunicação simbólica através da linguagem - Grandes primatas não humanos possuem habilidades de linguagem de sinais.

Os humanos tem empatia (ver da perspectiva do outro - Uma chimpanzé chamada Sarah, quando lhe davam fotografias para escolher, preferia a de uma chave quando via uma pessoa se esforçar para abrir uma porta fechada.

domingo, 10 de maio de 2009

O Ambiente Universitário

As manifestações recebidas no post sobre Prêmios Universitários e todas que serão recebidas neste Blog servirão para consolidar ideias a respeito da Ciência e da Cidadania. Espero poder defendê-las em manifestações públicas ou em colegiados universitários dos quais faço parte.

Sendo assim, gostaria de iniciar este segundo post fazendo alguns comentários a respeito do primeiro post. O gráfico que apresentei colocou um assunto bastante interessante que permeia a nossa carreira de professor. A predileção pelos melhores alunos em detrimento dos piores alunos.
Um exame para o ingresso de alunos deveria SELECIONAR aqueles dispostos e que aceitam a MEDIAÇÃO UNIVERSITÁRIA para, ao final desse processo, ADQUIRIR conhecimento, habilidades e atitudes de sua COMPETÊNCIA e poder exercê-la como profissão focada no bem estar da sociedade. Os termos grifados acima foram feitos de propósito para promover a discussão.


Os principais pontos para discussão podem ser assim listados:
1. SELECIONAR – As seleções para o ingresso nas universidades conseguem discriminar na sociedade indivíduos que tenham um interesse claro pela formação profissional, independente de classe social, raça, credo, gênero ou ações afirmativas? Os cidadãos deste país têm claro o papel da Universidade no processo de sua formação profissional? A Universidade tem sido sistemática no seu papel de auto-esclarecimento para poder finalmente esclarecer esta população? O setor público/privado sabe reconhecer o valor de um profissional capacitado formado pela Universidade?

2. MEDIAÇÃO UNIVERSITÁRIA – O que é isto? Em qual desses dois mundos eu devo me inserir, ciência ou tecnologia? Nesta tal mediação devo me comportar com conformismo-inteligente ou com inconformismo-crítico ou devo criar um terceiro crítico-inteligente para não me comprometer? Os professores sabem exercer este papel de mediadores universitários?

3. ADQUIRIR – O professor X é muito bom, a aula dele é um espetáculo do PowerPoint/Transparência/Giz/Erudição, acho que aprenderei bastante nesta disciplina. Tenho a impressão de que aprendi mais na conversa com os colegas sobre o campeonato brasileiro do que na aula do professor X. Não consegui aprender nada na aula do Professor X pois não ficou claro para mim, nem o ponto de partida nem o de chegada, achei que sabia tudo pois fiquei bem colocada no exame para o ingresso na Universidade.

4. COMPETÊNCIA – Venho de uma família muito competitiva, sou competente? Sei tudo sobre este assunto, até mais do que os próprios professores, já posso competir? A Universidade está preparada para formar cidadãos melhores do que a geração atual? A Universidade está preparada para formar profissionais melhores do que os próprios professores? Preparei uma aula, um pouco fora da minha especialidade, com conteúdo bem atualizado e fiquei 2 horas falando para ninguém? Os alunos foram muito mal na prova de minha disciplina, isto é sinal de que esta geração é pior do que as anteriores ou seria culpa de eles não terem prestado atenção na minha aula? A prova do Professor X é discursiva, pois ele é contra provas de múltipla escolha, não mede nada. O Professor X é muito bom pois reprova quase que 40% dos alunos em média, e quem passa são raros os que passam com média acima de 7.

A predileção pelos ‘bons’ alunos sugere professores inseguros pelo tipo de ensino que aplicam? Quanto menor a exigência menor meu esforço pedagógico.
Uma pergunta muito importante para reflexão: Se nesses tempos de cotas, inclusão educacional, a universidade selecionar efetivamente os alunos que, independente da sua origem socioeconômica, estarão interessados em aprender a partir do BÁSICO exigido no segundo grau, atenderemos esses alunos com a mesma "competência"? Saberemos nos adaptar aos novos cidadãos, dando-lhes a formação que eles tanto necessitam?

sábado, 2 de maio de 2009