"No Brasil, a elite encaminhou as coisas para ser elite,
desprezando o povo e assim pensa que se moderniza:
desprezando ou não sabendo que a chamada
modernização passa pela destruição dela própria.
A única maneira de essa elite encontrar
uma racionalidade
é deixar de ser elite e tornar-se cidadã".
Raymundo Faoro

Seja Bem-Vindo

sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

NIMH’s Top 10 Research Events and Advances of 2010 - Thomas Insel

NIMH’s Top 10 Research Events and Advances of 2010

Thomas Insel

The journal Nature began the year by declaring that this decade would be “the decade for psychiatric disorders,” in that the field is “ripe for a revolution.” In this opening year of the decade, the revolution seems well underway. Here are 10 breakthroughs and events of 2010 that are changing the way we approach mental disorders.

http://www.nimh.nih.gov/about/director/2010/nimhs-top-10-research-events-and-advances-of-2010.shtml

sábado, 22 de maio de 2010

Dez Tendências Educacionais no Brasil - Ronaldo Motta

Dez Tendências Educacionais no Brasil

Ronaldo Mota

A compreensão adequada do mundo atual passa por, a partir do conhecimento do passado e da percepção do presente, ampliar nossa capacidade em definir tendências. Estudar tendências não é o mesmo que prever futuros, mas sim tratar analiticamente as possibilidades múltiplas do futuro. Ou seja, em todas as áreas, é possível, enfrentar os desafios de apontar cenários, a partir das leituras que temos do presente e das análises que desenvolvemos sobre o passado. Educação é uma dessas áreas. Tais prospecções costumam, tradicionalmente, ser divididas em pelo menos dois blocos tradicionais, as megatendências e as microtendências. As primeiras dizem respeito às grandes evoluções visíveis e decorrentes do momento atual de forma mais direta e evidente. As segundas, por sua vez, caracterizam-se por aquelas pequenas forças capazes, potencialmente, de gerar mudanças também significativas, ainda que decorrentes de fenômenos em escalas menores.
http://teiaeducacional.blogspot.com/2010/04/dez-tendencias-educacionais-no-brasil.html

terça-feira, 20 de abril de 2010

David H. Hubel -The Way Biomedical Research Is Organized Has Dramatically Changed Over the Past Half-Century: Are the Changes for the Better?

The Way Biomedical Research Is Organized Has Dramatically Changed Over the Past Half-Century: Are the Changes for the Better?
David H. Hubel,
John Enders University Professor of Neurobiology, Emeritus, Harvard Medical School, Boston, MA 02115, USA
Biomedical research in today’s universities is usually carried out by groups consisting of a leader and 5–20 or so trainees. This is in sharp contrast with past generations, when research was usually done by individuals or small partnerships of two or three who thought up their own ideas and carried them out themselves. Group leaders today spend their time in an office, on a wide variety of administrative tasks, and have little or no time left for work at the bench. I recommend that leaders try to change the system by forming smaller groups and insisting on reserving their own time at the bench. I suggest that trainees, before beginning their research, look for laboratories where groups are small and independent, with leaders engaged actively in research.

Ref: DOI 10.1016/j.neuron.2009.09.022

Acesse o artigo no Link: http://www.sciencedirect.com/science?_ob=MImg&_imagekey=B6WSS-4XJNCTW-6-1&_cdi=7054&_user=687353&_pii=S0896627309007338&_orig=browse&_coverDate=10%2F29%2F2009&_sk=999359997&view=c&wchp=dGLzVzz-zSkzV&md5=51a75c7446b243b3ceb56c3dc96f0719&ie=/sdarticle.pdf"

terça-feira, 13 de abril de 2010

Does the U.S. Produce Too Many Scientists? - Scientific American


American science education lags behind that of many other nations, right? So why does it produce so many talented young researchers who cannot find a job in their chosen field of study?
By Beryl Lieff Benderly

E o Brasil?

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sexta-feira, 2 de abril de 2010

RANDOLPH M. NESSE - Truth does not reside with smart university experts

RANDOLPH M. NESSE
Psychiatrist, University of Michigan; Coauthor, Why We Get Sick

Truth does not reside with smart university experts
referencia: http://www.edge.org/q2008/q08_16.html#nesse


I used to believe that you could find out what is true by finding the smartest people and finding out what they think. However, the most brilliant people keep turning out to be wrong. Linus Pauling's ideas about Vitamin C are fresh in mind, but the famous physicist Lord Kelvin did more harm in 1900 with calculations based on the rate of earth's cooling that seemed to show that there had not been enough time for evolution to take place. A lot of the belief that smart people are right is an illusion caused by smart people being very convincing… even when they are wrong.


I also used to believe that you could find out what is true by relying on experts — smart experts — who devote themselves to a topic. But most of us remember being told to eat margarine because it is safer than butter — then it turned out that trans-fats are worse. Doctors told women they must use hormone replacement therapy (HRT) to prevent heart attacks — but HRT turned out to increase heart attacks. Even when they are not wrong, expert reports often don't tell you what is true. For instance, read reviews by experts about antidepressants; they provide reams of data, but you won't often find the simple conclusion that these drugs are not all that helpful for most patients. It is not just others; I shudder to think about all the false beliefs I have unknowingly but confidently passed on to my patients, thanks to my trust in experts. Everyone should read the article by Ioannidis, "Why most published research findings are false."

Finally, I used to believe that truth had a special home in universities. After all, universities are supposed to be devoted to finding out what is true, and teaching students what we know and how to find out for themselves. Universities may be best show in town for truth pursuers, but most stifle innovation and constructive engagement of real controversies, not just sometimes, but most of the time, systematically.

How can this be? Everyone is trying so hard to encourage innovation! The Regents take great pains to find a President who supports integrity and creativity, the President chooses exemplary Deans, who mount massive searches for the best Chairs. Those Chairs often hire supporters who work in their own areas, but what if one wants to hire someone doing truly innovative work, someone who might challenge established opinions? Faculty committees intervene to ensure that most positions go to people just about like themselves, and the Dean asks how much grant overhead funding a new faculty member will bring in. No one with new ideas, much less work in a new area or critical of established dogmas, can hope to get through this fine sieve. If they do, review committees are waiting. And so, by a process of unintentional selection, diversity of thought and topic is excluded. If it still sneaks in, it is purged. The disciplines become ever more insular. And universities find themselves unwittingly inhibiting progress and genuine intellectual engagement. University leaders recognize this and hate it, so they are constantly creating new initiatives to foster innovative interdisciplinary work. These have the same lovely sincerity as new diets for the New Year, and the same blindness to the structural factors responsible for the problems.

Where can we look to find what is true? Smart experts in universities are a place to start, but if we could acknowledge how hard it is for truth and its pursuers to find safe university lodgings, and how hard it is for even the smartest experts to offer objective conclusions, we could begin to design new social structures that would support real intellectual innovation and engagement.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Presidente Lula em Davos 2010

...toda vez que mãos humanas misturam sonho, criatividade, amor, coragem e justiça elas conseguem realizar a tarefa divina de construir um novo mundo e uma nova humanidade. Presidente Lula em Davos.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O ensino centrado no aprendizado dos alunos

Como nós ensinamos depende inicialmente de como entendemos o significado de ensinar. Todos os professores tem alguma teoria sobre o que é ensinar que normalmente é alterada ao longo da carreira. Contudo, mesmo quando não estão conscientes das teorias pedagógicas, sua atitude repercute profundamente no tipo de atmosfera criada para o aprendizado.

São identificados três níveis distintos do ensinar: 1)Ensino focado no que o estudante é - normalmente leva em consideração somente a diferença entre os bons e maus estudantes; 2) Ensino focado no que o professor faz - ensino centrado no professor e o aprendizado está relacionado a atitude do professor para transmitir a informação; e 3) Ensino focado no que os estudantes fazem - ensino centrado no estudante onde o importante é o que o aluno aprende e como este aprendizado se relaciona ao ensinar. Os dois primeiros são pouco efetivos e são modelos de culpa. No terceiro, o professor dá suporte ao aprendizado do aluno, não sendo mais possível usar frases do tipo: "eu os ensinei mas eles não aprenderam"; o foco está no que os estudantes fazem e como entenderam os objetivos do aprendizado. (Texto baseado em Biggs J. & Tang Catherine. Teaching for quality learning at university. 3rd ed. Open University Press, McGraw Hill, 2007

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Ensino Superior, uma visão particular.

Dentro do atual cenário educacional podemos destacar dois pontos principais que serviriam como arcabouço no processo de verticalização do ensino superior: a estruturação dos cursos universitários e a forma de ensino.
Na área biológica e da saúde existe uma grande oferta de cursos de pós-graduação (PG), porém não existem, na mesma proporção, cursos de graduação que alimentem esses cursos. O que existe são cursos profissionais regulares onde alguns alunos, por interesse, por oportunidade, ou por falta de mercado de trabalho, se dirigem aos cursos de pós-graduação. Neste cenário surgiram nas décadas de 60-70, no Estado de São Paulo, cursos de Ciências Biológicas-modalidade médica, pioneiramente idealizados com o objetivo de criar profissionais capacitados para exercer a docência e a pesquisa nas áreas básicas da saúde. Estes cursos que oferecem em sua estrutura curricular sólida base científica e estágio obrigatório de pelo menos 1 ano em laboratório de pesquisa, cumpriram um importante papel na geração de novos docentes e pesquisadores em várias universidades deste país. O fantástico desenvolvimento na compreensão dos mecanismos neurobiológicos subjacentes ao processo de aprendizado e memória não tem proporcionado sua imediata utilização no ensino universitário. A falta de uma estrutura curricular que privilegie a aquisição ativa do conhecimento, a retenção em memória de longo prazo, a geração de curiosidade intrínseca e a motivação para educação continuada, tem se constituído no grande desafio do sistema educacional. Assim, a estrutura pedagógica desenvolvida na maioria das escolas promove um aprendizado pela quantidade dos conteúdos e não pela qualidade. Cargas didáticas imensas são oferecidas com várias sobreposições de conteúdos, totalmente divorciadas do contexto profissional. Contudo, em um país onde a média populacional de tempo de estudo é de 5,7 anos, todo esforço no sentido de aumentar a oferta de ensino com qualidade deve ser realizado. Não basta criar cursos em profusão para que se estabeleça o processo de verticalização do ensino superior. Há que se contemplar formas e conteúdos que aumentem o interesse do aluno em permanecer por um tempo maior dentro das instituições, como forma de manter atualizados conhecimentos para um melhor exercício profissional.

domingo, 24 de maio de 2009

Mecanismos Neurobiológicos dos Placebos

Neurobiological mechanisms of placebo responses.
Zubieta JK, Stohler CS.
Ann N Y Acad Sci. 2009 Mar;1156:198-210.
Department of Psychiatry and Molecular and Behavioral Neuroscience Institute, University of Maryland, Baltimore, USA. zubieta@umich.edu

Expectations, positive or negative, are modulating factors influencing behavior. They are also thought to underlie placebo effects, potentially impacting perceptions and biological processes.

We used sustained pain as a model to determine the neural mechanisms underlying placebo-induced analgesia and affective changes in healthy humans. Subjects were informed that they could receive either an active agent or an inactive compound, similar to routine clinical trials. Using PET and the mu-opioid selective radiotracer [(11)C]carfentanil we demonstrate placebo-induced activation of opioid neurotransmission in a number of brain regions. These include the rostral anterior cingulate, orbitofrontal and dorsolateral prefrontal cortex, anterior and posterior insula, nucleus accumbens, amygdala, thalamus, hypothalamus, and periaqueductal grey. Some of these regions overlap with those involved in pain and affective regulation but also motivated behavior. The activation of endogenous opioid neurotransmission was further associated with reductions in pain report and negative affective state. Additional studies with the radiotracer [(11)C]raclopride, studies labeling dopamine D2/3 receptors, also demonstrate the activation of nucleus accumbens dopamine during placebo administration under expectation of analgesia. Both dopamine and opioid neurotransmission were related to expectations of analgesia and deviations from those initial expectations. When the activity of the nucleus accumbens was probed with fMRI using a monetary reward expectation paradigm, its activation was correlated with both dopamine, opioid responses to placebo in this region and the formation of placebo analgesia. These data confirm that specific neural circuits and neurotransmitter systems respond to the expectation of benefit during placebo administration, inducing measurable physiological changes.

The placebo treatments in neurosciences: New insights from clinical and neuroimaging studies.
Diederich NJ, Goetz CG.
Neurology. 2008 Aug 26;71(9):677-84.
Department of Neurosciences, Centre Hospitalier de Luxembourg, 4, rue Barblé, L-1210 Luxembourg City, Luxembourg. diederdn@pt.lu

Placebo (PL) treatment is a method utilized as a control condition in clinical trials. A positive placebo response is seen in up to 50% of patients with Parkinson disease (PD), pain syndromes, and depression. The response is more pronounced with invasive procedures or advanced disease. Physiologic and biochemical changes have been studied in an effort to understand the mechanisms underlying placebo-related clinical improvement. In PD, objective clinical improvements in parkinsonism correlate with dopaminergic activation of the striatum, documented by PET and with changes in cell firings of the subthalamic nucleus documented by single cell recordings. Dopaminergic pathways mediating reward may underlie PL-mediated improvement in PD. In pain syndromes, endogenous opioid release triggered by cortical activation, especially the rostral anterior cingulated cortex, is associated with PL-related analgesia and can be reversed by opioid antagonists. Covert treatment of an analgesic is less effective than overt treatment, suggesting an expectation component to clinical response. In depression, PL partially imitates selective serotonin reuptake inhibitor-mediated brain activation. Diseases lacking major "top-down" or cortically based regulation may be less prone to PL-related improvement.

sábado, 23 de maio de 2009

Eu, primata - Frans de Waal



Uma dica excelente para leitura.

Cada época oferece à humanidade sua própria distinção. Nós nos consideramos especiais e estamos sempre em busca da confirmação dessa singularidade. Talvez a primeira delas tenha sido a definição do homem, por Platão, como a única criatura sem pêlos que anda com duas pernas. Isso pareceu absolutamente correto até que Diógenes soltou uma galinha depenada no salão de conferência e ironizou: "Eis o homem de Platão". Dali por diante, a definição de Platão incluiu "e que tem unhas largas".

Homem, o fabricante de ferramentas - Chimpanzé fazem esponjas com folhas mascadas ou varas com galhos de árvores. Corvos curvam arames para fazer um gancho para pescar comida em uma garrafa.

O Homem possui comunicação simbólica através da linguagem - Grandes primatas não humanos possuem habilidades de linguagem de sinais.

Os humanos tem empatia (ver da perspectiva do outro - Uma chimpanzé chamada Sarah, quando lhe davam fotografias para escolher, preferia a de uma chave quando via uma pessoa se esforçar para abrir uma porta fechada.

domingo, 10 de maio de 2009

O Ambiente Universitário

As manifestações recebidas no post sobre Prêmios Universitários e todas que serão recebidas neste Blog servirão para consolidar ideias a respeito da Ciência e da Cidadania. Espero poder defendê-las em manifestações públicas ou em colegiados universitários dos quais faço parte.

Sendo assim, gostaria de iniciar este segundo post fazendo alguns comentários a respeito do primeiro post. O gráfico que apresentei colocou um assunto bastante interessante que permeia a nossa carreira de professor. A predileção pelos melhores alunos em detrimento dos piores alunos.
Um exame para o ingresso de alunos deveria SELECIONAR aqueles dispostos e que aceitam a MEDIAÇÃO UNIVERSITÁRIA para, ao final desse processo, ADQUIRIR conhecimento, habilidades e atitudes de sua COMPETÊNCIA e poder exercê-la como profissão focada no bem estar da sociedade. Os termos grifados acima foram feitos de propósito para promover a discussão.


Os principais pontos para discussão podem ser assim listados:
1. SELECIONAR – As seleções para o ingresso nas universidades conseguem discriminar na sociedade indivíduos que tenham um interesse claro pela formação profissional, independente de classe social, raça, credo, gênero ou ações afirmativas? Os cidadãos deste país têm claro o papel da Universidade no processo de sua formação profissional? A Universidade tem sido sistemática no seu papel de auto-esclarecimento para poder finalmente esclarecer esta população? O setor público/privado sabe reconhecer o valor de um profissional capacitado formado pela Universidade?

2. MEDIAÇÃO UNIVERSITÁRIA – O que é isto? Em qual desses dois mundos eu devo me inserir, ciência ou tecnologia? Nesta tal mediação devo me comportar com conformismo-inteligente ou com inconformismo-crítico ou devo criar um terceiro crítico-inteligente para não me comprometer? Os professores sabem exercer este papel de mediadores universitários?

3. ADQUIRIR – O professor X é muito bom, a aula dele é um espetáculo do PowerPoint/Transparência/Giz/Erudição, acho que aprenderei bastante nesta disciplina. Tenho a impressão de que aprendi mais na conversa com os colegas sobre o campeonato brasileiro do que na aula do professor X. Não consegui aprender nada na aula do Professor X pois não ficou claro para mim, nem o ponto de partida nem o de chegada, achei que sabia tudo pois fiquei bem colocada no exame para o ingresso na Universidade.

4. COMPETÊNCIA – Venho de uma família muito competitiva, sou competente? Sei tudo sobre este assunto, até mais do que os próprios professores, já posso competir? A Universidade está preparada para formar cidadãos melhores do que a geração atual? A Universidade está preparada para formar profissionais melhores do que os próprios professores? Preparei uma aula, um pouco fora da minha especialidade, com conteúdo bem atualizado e fiquei 2 horas falando para ninguém? Os alunos foram muito mal na prova de minha disciplina, isto é sinal de que esta geração é pior do que as anteriores ou seria culpa de eles não terem prestado atenção na minha aula? A prova do Professor X é discursiva, pois ele é contra provas de múltipla escolha, não mede nada. O Professor X é muito bom pois reprova quase que 40% dos alunos em média, e quem passa são raros os que passam com média acima de 7.

A predileção pelos ‘bons’ alunos sugere professores inseguros pelo tipo de ensino que aplicam? Quanto menor a exigência menor meu esforço pedagógico.
Uma pergunta muito importante para reflexão: Se nesses tempos de cotas, inclusão educacional, a universidade selecionar efetivamente os alunos que, independente da sua origem socioeconômica, estarão interessados em aprender a partir do BÁSICO exigido no segundo grau, atenderemos esses alunos com a mesma "competência"? Saberemos nos adaptar aos novos cidadãos, dando-lhes a formação que eles tanto necessitam?